15 de jul. de 2011

À Amada

O amor é clichê. Amar é assinar um atestado de cafonice da pior espécie, é colocar-se entre cantores sertanejos chorosos e pagodeiros sorridentes, é mergulhar num mar de expressões e sentimentos exageradamente exagerados. Amar é matar e morrer por alguém, é protagonizar dezenas de novelas mexicanas e ser mais mela-cueca que Roberto Carlos e Reginaldo Rossi juntos. Amar é ligar pra dar bom dia, boa tarde e ligar três vezes pra dar boa noite; é achar o ser amado mais bonito que qualquer modelo sarado(a) mesmo quando ele acorda todo descabelado de ressaca. Amar é identificar-se com o ultra romântico romantismo dos cartões de papelaria e trocar emoticons no MSN durante infinitas madrugadas. Amar é desenhar, pintar e escrever declarações em qualquer pedaço de papel ou janela do computador que o outro deixar aberta. Amar é ser mais brega que o Falcão; é dançar feito uma minhoca eletrocutada antes, durante e depois do banho. Amar é inventar apelidinhos fofuchos e dizer que está sentindo uma saudade do tamanho "daqui até o Japão quatro vezes ida e volta sem parar pra beber água e descansar" depois de passar dois dias longe do ser amado. Amar é estar em extinção, é estar fora de moda e tentar encontrar a definição do amor em algum amontoado de palavras sinceras e apaixonadas. Amar é repetir as frases e expressões da moda. Por isso, eu afirmo:

- Sou o cara mais feliz da cidade.

3 comentários:

Anônimo disse...

uma lindeza só..

Anônimo disse...

Quando tem amor difícil não ficar bonito.

Lidiany Schuede disse...

Adoro ser brega, amar e fazer tudo isso que você descreveu de um modo super singelo e verdadeiro...
Estava com saudades do seu blog! :)
Beijos e que continues amando muito, por muito tempo...
Lidiany