Eu não sou poesia, sou carne. Poemas não choram, não sangram, não doem. Eu sou qualquer coisa de carne vermelha e cheia de vasos e veias e sangue quente a perpassar minhas próprias camadas e fases. Sorrio por fora e morro por dentro. Sou hemorrágico. Se tropeço em minhas próprias pernas e finjo que sambo pra disfarçar, não é por vergonha do tombo, mas por medo da dor. Medo da cara amassada no chão, dos dentes quebrados, do sangue alcoólico escorrendo no canto da boca. E a menina? Tem medo de quê? Se ficar em pé assim, rindo dos outros, é tão confortável...
Um comentário:
tem medo de sentir medo
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