10 de dez. de 2010

Caminhada

Cambaleou,
Segurou em mãos invisíveis,
Chutou os próprios pés,
Tropeçou na faixa de pedestre,
Escondeu o rosto,
Sentiu vergonha.

Chorou.

Aguardou o silêncio,
O cessar das gargalhadas
E do barulho dos carros,
Espiou entre os dedos,
Enxergou sua vida,
A mesma de sempre.

Recomeçou.
Devagar.
Pé direito,
Pé esquerdo.
Repetiu.
Reaprendeu.

E, mais uma vez,
Andar sozinho
Estava deixando de ser um problema.

Um comentário:

Tati Lontra disse...

Dizem que o cachorro é o melhor amigo do homem...eu digo que é o hábito.