Quem rói as unhas
perde o dedo
Quem não se esconde
perde o medo
Quem não se algema
faz o enredo
Quem teme as pedras
faz segredo
A vida dobra
o corpo em dois
Machuca o rosto
e ri depois
Quem não chora,
não ama
Quem não berra,
se engana
Quem é fraco,
explana
Quem é forte,
bacana
O sol bate
e a música abraça
O sangue dos punhos
transborda da taça
Chegou e partiu
Ninguém foi
Ninguém viu
O telefone, histérico,
anuncia que existe
vida lá fora.
A porta é blindada,
mas o mundo implora.
A chave escorre
pela minha garganta.
Tranquei-me de novo.
Não sei se adianta.
Vou tomar um banho
e preparar minha janta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário