É uma casa de tijolo à visa - espaçosa. Da rede da varanda, pode-se ver um gramado enorme e um pomar ao fundo. Um casal de crianças alterna as brincadeiras entre o gira-gira e o escorregador. Ele tem nove anos, ela tem sete. A cadela vira-lata e o labrador brincam com a bola colorida que eu joguei. Minha mulher está na cozinha. O cheiro da comida é tentador. Eu poderia levantar e ir até lá pra dar uma espiada, mas ela ficaria chateada - adora fazer surpresas. O jornal está fechado em cima da mesa da sala. Preferi não abrir. Não hoje. Hoje é domingo e eu não quero notícias tristes.
- Pai, a gente pode brincar de fazer chuva?
- Mas o almoço já vai sair.
- Ah, pai. Deixa. Está calor.
- Sua mãe não vai gostar.
- A gente molha ela também.
- Vem pai, por favor!
Risos.
Água.
Risos.
Água.
Risos.
Água.
Gargalhadas.
Água.
Gargalhadas.
Água.
Gargalhadas.
Gargalhadas.
Gargalhadas.
- Podem vir almoçar.
Silêncio.
- Alonso, traga as crianças. Alonso?
Silêncio.
- Um, dois, três! Água na mamãe!
Água.
Gritos.
Água.
Risos.
Água.
Gritos.
Água.
Gargalhadas.
Água.
Gargalhadas.
Água.
Gargalhadas.
Gargalhadas.
Gargalhadas.
- Agora chega! Todo mundo se secando pra almoçar! O pai de vocês só inventa moda!
Crianças correm.
Cachorros latem.
Casal se beija.
2 comentários:
Esses lindos dias de domingo em que a simplicidade e o amor imperam!
Lindo, sutil, agradável ao leitor!
;D
AI QUE LINDO, QUE LINDO....
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