1 de ago. de 2009

Amor próprio

Eu já tive um amor correspondido. Desses que preenchem cada segundo, cada gesto, cada pensamento dos nossos dias. Desses que nos fazem oscilar entre as maiores alegrias e as mais doloridas decepções. Desses que viram a nossa vida de cabeça para baixo e nos deitam no colo depois. Eu já tive um amor bonito, um amor de novela, cheio de barreiras e sonhos. Cheio de manhãs sonolentas, tardes felizes, noites aconchegantes e madrugadas quentes. Desses que a gente não entende, só sente. Eu já tive um amor juvenil. Já roubei flores, escrevi poemas, enchi o meu amor de beijos e fiz declarações. Já prometi o que eu não podia cumprir e já acreditei que o amor podia vencer tudo. Eu já tive um amor único. Desses que fazem os olhos brilharem e o coração saltar pela boca. Que esfriam as palmas das mãos e esquentam o peito. Que coçam os lábios e chamam a atenção das pessoas nas ruas. Já pulei janela, tomei chuva, já amei a ponto de ter olhos só para a mulher amada. E fui fiel a mim, a ela e à nossa relação. Já bebi, já chorei, já fiquei sem reação. Eu já tive um amor invejado. Desses que as pessoas fazem tudo pra destruir e que se não houver amor demais, não há como impedir. Eu já tive um amor eterno, que acabou. Já tive um amor abundante, que se esgotou. Já tive um amor verdadeiro, que o tempo apagou. Hoje eu tenho um amor infinito, inesgotável, bem dividido, abençoado. Hoje eu tenho um amor universal, que eu distribuo por aí pra quem quiser pegar. E é confortante saber que o meu amor que foi de alguém, hoje é meu e que ninguém vai me tirar.

2 comentários:

Maithê Boggo disse...

Adorei. Faço das suas, minhas palavras. Bjo Lô!

Lari disse...

adorei!