O jovem herói incansável e libertário que habita em mim, sentou-se à beira da estrada, ofegante, suado, sem ter sequer um lenço para enxugar seu rosto tenro. Desanimou-se. Essa história de ter tudo e, ao mesmo tempo, não ter nada, o desagrada como nunca havia desagradado. "Liberdade, és uma senhora falsária", sussurra desesperançoso. A chama da curiosidade que emanava do seu peito vermelho e tatuado, transformou-se em uma brasa mínima, que incomoda ao queimar, pouco a pouco, sua ideologia utópica. Até os olhos do cavalo companheiro deixaram de brilhar. Ele percebe, na lágrima que desliza, deixando rastro na pele suja do seu dono, o desencanto. Ontem, juntos, formavam um grande guerreiro. Eram corpo e mente da justiça e do amor ao próximo. Hoje, são dois pontos estáticos, que, vistos de cima, lembram mais dois amontoados de coisas que não servem para nada - e não amam.
3 comentários:
Os seus textos estão cada vez melhores! Cada dia que passo por aqui, vejo um escrito melhor.
(E tô lendo Don Quixote há 1 semana hahahahaha)
beijo, neguin!
uma visão bem .. crua e dura pra Quixote
Como sempre, gosto muito dos teus textos!
um beinjão alonso!
Tá sumido do blog...preguiça???
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