7 de fev. de 2008

Estranha

Eu não sei muita coisa sobre ela. Mas sei algumas coisas sobre as mulheres e muitas outras sobre mim. O que eu sei dela é que eu gosto e não sei porque. Eu gosto quando o olhar dela se perde em meio a tantos outros no vazio e eu, de longe, camuflado, tento encontrá-lo não sei pra quê. Eu gosto do gosto que fica na minha boca quando eu viajo na dela sem que ela perceba. E acho tão insana essa minha viagem. Eu podia não gostar, porque mesmo quando parece impossível, ela não me vê. Ou vê e nem percebe que viu. Eu passo meses sem olhar pro rosto dela, sem pensar no sorriso dela, sem me afogar nos olhos dela. Mas quando eu volto a encontrá-la, a viagem recomeça. Ela é estranha, no bom sentido. É linda, diferente, incomum. Talvez a mais estranha de todas as mulheres. Transparente, mas enigmática. Séria, mas sorridente. É triste, mas me faz feliz mesmo a distância. Ela é uma equação de terceiro grau. E isso me enlouquece. É a estranhez, tão estranha dela, que me apaixona. E eu não sei porque.

Nenhum comentário: